Nota: Esta edição foi enviada ontem, no entanto, por algum erro do substack ela não foi entregue, por isso estou enviando de novo.
Eu já contei que eu sempre tive dificuldade em colocar títulos nos textos? O da edição de hoje também não foi diferente. E, talvez, pode ter tido um impacto diferente a depender de sua área de atuação profissional. Em arquitetura se discute amplamente a questão do público privado em relação ao projeto de edifícios. Na área do direito esta questão pode desbravar outros mundo.
Sempre descrevo aqui como nossas preferências estéticas são refletidas em nosso estilo, decoração e trabalho. Recentemente, em uma conversa com a consultora de estilo Rachel Bello, ela me chamou a atenção com um pensamento diferente do meu. Ela me atentou para observar que as dimensões da vida pública e privada dividiriam a moda e a decoração como dois mundos de exposição separados, no qual em um deles - a moda - a pessoa projetaria uma imagem e em sua casa - no décor - seria livre para construir sua verdadeira essência, seu espaço seguro. Sendo assim, na visão dela, a pessoa muitas vezes precisa adotar uma imagem pública em determinados lugares, é claro, e outra mais privada, em casa. A minha visão fica reduzida à um seleto grupo de pessoas que consegue, com clareza e segurança, se expor de forma única e homogênea.
Provavelmente, você já deve ter ouvido alguém comentar que ao se comprar um apartamento deve-se observar a garagem do edifício. Em uma aproximação, poderíamos até mesmo comentar a questão dos apartamentos e das garagens e como umas pessoas valorizam ter um carro para uma vida pública muito mais luxuoso do que o lugar que fazem morada, haja vista a vida pública (o ver e ser visto) e a privada aquela que, até a pandemia, as pessoas poderiam não ver. A casa tinha esse ar privado, como já comentamos outras vezes aqui. Inclusive, naquela época, participei de uma live comentando os cuidados que deveríamos ter ao gravar vídeos dentro de casa e o que eles diziam sobre nós - isso também foi até pauta por aqui sob a forma de falar acerca de staging e como a personalização de um espaço pode “atrapalhar” a venda de um imóvel.
Eu adorei este episódio do podcast da Harpeer’s Bazaar no qual Lauren Santo Domingo, fundadora do Moda Operandi, comentou acerca de suas inspirações e estilo de vida (em relação à moda). É interessante ver como ela, uma pessoa que tem acesso às marcas dos sonhos e poderia adquirir coisas sem fim, busca doar ou descartar duas peças antes de comprar uma nova. Optando por itens de qualidade que a acompanhem pela vida, sem perder a chance de brincar com a moda quando pode.